«Nasce Ovelha Dolly, o primeiro mamífero
clonado». Há cerca de 17 anos, em Julho de 1996, o mundo foi invadido por
manchetes e "cachas" semelhantes a esta. Havia nascido o primeiro
mamífero clonado, a ovelha Dolly. Por todo o mundo, as reações foram
diferentes e o tema da clonagem tomou enormes proporções a partir de então.
Indivíduos que defendiam a clonagem como um avanço positivo para a humanidade e
indivíduos que a viam como negativo para o ser humano, defrontaram-se, mas
nunca houve um consenso e ainda hoje as duas opiniões prevalecem, ainda hoje a
clonagem é um tema controverso.
Poderão dizer que do clone de uma ovelha ao clone
de pessoas, a ciência ainda tem muito para avançar, mas, e o que pensar quando
surgem notícias de clones humanos, de bebés nascidos desde 2002 e que
institutos afirmam serem clones? Nenhuma prova foi apresentada afirmando a
autenticidade dos mesmos (o que não é de espantar uma vez que a clonagem de
humanos não é legalmente permitida) mas, até ao momento, já se contam cinco
supostos clones humanos.
E o que pensar então da clonagem? Será
legitimamente moral clonar um ser vivo? Serão estes avanços da ciência
positivos ou negativos para o homem?
Como é de esperar, as respostas diferem. Há quem
defenda a clonagem como algo benéfico para todos os homens pois esta poderá
permitir o tratamento de doenças para as quais hoje em dia ainda não existe
cura, o aumento da esperança média de vida dos humanos, a possibilidade de
casais inférteis terem filhos e, quem sabe, até a imortalidade (será
vantagem?). A clonagem, desta vez conjugada com um vasto conhecimento da
genética, poderá também permitir a criação manipulada de pessoas, isto é,
manipular o código genético de cada indivíduo, de modo a torná-lo “ao gosto de
cada um”. Estes avanços, permitir-nos-iam criar novos “Einsteins” e “Mozarts”.
Em suma, possibilitar-nos-iam criar génios conforme aquilo que a sociedade
necessitasse.
Tantas vantagens e todas elas tão ambiciosas e
benéficas para a humanidade. No entanto, a clonagem tem um lado negativo, um
lado que nos leva a pensar se esta ação é realmente possível de ser aceite de
ânimo leve.
A clonagem iria permitir a cura para certas doenças
e o aumento da esperança média de vida humana, mas e então o que aconteceria
aos pobres clones usados para este fim? Não serão eles tão humanos quantos os
“originais”? Não terão eles os mesmos direitos que todos os outros indivíduos?
Então, nesse caso, não seria moralmente aceitável usá-los para o bem de outra
pessoa, pois estaríamos a usá-los como um meio para proveito de outrem.
É também uma possibilidade, a criação manipulada de
indivíduos, mas será que isso seria realmente bom para o homem. Quer dizer,
quando todos nós pudéssemos escolher como queríamos os nossos filhos (a cor dos
olhos, cor do cabelo, interesses e até o seu QI), cada indivíduo deixaria
de ser ele próprio passando a ser uma tentativa de atingir a perfeição idealizada
pelos seus pais. Mais ainda, se nos fosse possível criar génios e quase que
fazer renascer génios do passado, como poderiam as pessoas distinguir-se de
entre eles e como poderiam as pessoas viver se todos são geniais em algo. Até
porque numa sociedade em que todos são génios, a genialidade torna-se tão comum
que os génios deixam de existir.
Para finalizar, há ainda a notar que existe o risco
de empresas utilizarem a clonagem com outros fins, que não o avanço da ciência
e o benefício da humanidade, como por exemplo a clonagem de bebés a fim de
lucrarem (principalmente monetariamente) com isso. A clonagem é considerada por
várias instituições, de entre as quais a UNESCO como injustificável em nome dos
princípios éticos.
A decisão cabe a cada um, individualmente, e a
todos, como um coletivo, pois esta é uma decisão para a humanidade.

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